ISCAS DE PORCO E POESIA



Rcctoronto 2011c
É talvez um excesso de tristezas...

***

Quando acampam de noite, é no relento,
Que vão sonhar seu Sonho aventureiro;
Seu teto é o vácuo azul do Firmamento,
Lar? o lar do cigano é o mundo inteiro.



Às vezes, em vigílias ambulantes,
A noite em fora, entre canções dalmatas,
Vão seguindo ao luar, vão delirantes,
Alados no langor das serenatas.



Gemem guzlas e vibram castanholas,
E este rumor de errantes cavatinas
Lembra coisas das terras espanholas,
Nas saudades das terras levantinas.



E, então, seus vultos tredos envolvidos
Em vestes rotas, sórdidas, imundas.
Vão passando por ermos esquecidos,
Como um grupo de sombras vagabundas.

Lá vem os saltimbancos, às dezenas,
Levantando a poeira das estradas,
Vêm gemendo bizarras cantilenas,
No tumulto das danças agitadas.



Povo sem Fé, sem Deus e sem Bandeira!
Todos o temem como horrível gente,
Mas ele na existência aventureira,
Ri-se do medo alheio, indiferente.



E, livres como o Vento e a Luz volante,
Sob a aparência de Infelicidade,
Realizam, na sua vida errante,
O poema da eterna Liberdade.

Poema integrante da série Poemas Inéditos. In: LEONI, Raul de. Trechos escolhidos. Org. Luiz Santa Cruz. Rio de Janeiro: Agir, 1961. (Nossos clássicos, 58).


 Iscas de Porco na Frigideira.

Corte pequenas tiras de lombo - pernil/mais ou menos 3 xícaras de chá.

Coloque numa vasilha e acrescente:

o suco de 1 limão,
flor de sal - 2 pitadas
1 colher de azeite
1 colher de pemperos.

coloque na frigideira e vá mexendo, coloque pingos de água e vá fritando.

comer com pão é um show.

Cozinha dos Vurdóns  












 

Comentários

  1. O quadro é um excesso, mas de alegrias! Assim o vejo eu, cheio de luz e de cor, como a Natureza.
    E não, não mais " um povo sem Fé, sem Deus e sem Bandeira". Já não.
    As iscas, simples de fazer e riquíssimas.
    E a minha simpatia e amizade, sempre.
    E que não faltem os beijos.

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    1. Sua amizade e sua simpatia enchem nossas esperanças. Nem imagina o quanto lembramos de vc e de muitas outras queridas amigas.

      bjs e obrigada pelo carinho

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  2. Maravilhosa postagem! Parabéns! Lindas,tanto a pintura quanto a poesia de Raul De Leoni! A receita deliciosa!Que Sara as abençoe,queridas!Devlesa! Sete mil beijos perfumados de jasmins!

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    1. 7 mil beijos foram o máximo e de jasmim, perfumou o nosso dia.

      bjs nossos

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  3. Se o lar é o local do aconchego, que a terra que recebe um cigano seja para ele um doce lar. É um desejo!

    O poema é belíssimo, as iscas encheram de perfume e sabor a minha imaginação.

    Muitos beijos!

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  4. Como sempre sabe tão bem visitá-las.
    Um poema "nu e cru" de uma realidade ainda tão presente nos nossos dias.
    Quanto às iscas, ADORO!!!!! ehhehe

    Mil beijos deitados à lua
    Em noites de liberdade
    Cá deste lado do mundo
    Lembro-as com enorme AMIZADE!!!

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    1. Saudades sempre amiga, essa isca dá até pra virar a noite conversando né?

      bjs sempre, deste lado de cá do Atlântico.

      bjs

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    2. Sempre igual e poética a nossa Carlota!

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    3. A pintura é outro show! Linda e colorida dá esperança, apesar da poesia ser dura como pedras... Realidade? Sim, mas a realidade também se muda porque há esperança!

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  5. Queridas Amigas,
    Apesar de não ser fã de fígado, gostei deste sabor a poesia. A tela é luminosa.
    Na minha janela tenho poesia brasileira de cordel porqueNa Biblioteca Nacional de Portugal se recorda a poesia brasileira :)
    Beijinhos para todas

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  6. Pois coma em paz, são de lombo Ana. Detesto fígado rsrsrsrs

    amamos cordel, são livres e reais.

    bjs nossos

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  7. OLá amigas! Vou já experimentar este "show"! Sempre boas ideias e coisas apetitosas!
    UM beijo grande do falcão amigo!

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    1. sei que vai, é rápido né??? adoro quando vc se mete na cozinha.

      enfim vamos fazer as broas, lembra?

      bjs muitos

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