A POESIA DE USIN KERIM
Nascimento no acampamento

Nascí entre as velhas tendas,
em meio ao falar dos Ciganos
que narram à luz da lua
a fábula de uma branca cidade distante.
em meio ao falar dos Ciganos
que narram à luz da lua
a fábula de uma branca cidade distante.
Nascí na miséria, entre os campos
ao longo do Beli Vit, sob plangentes salgueiros,
onde a angústia aperta os corações
e a fome pesa no saco de farinha.
ao longo do Beli Vit, sob plangentes salgueiros,
onde a angústia aperta os corações
e a fome pesa no saco de farinha.
Nascí num dia triste de outono
ao longo da estrada envolta em neblina,
onde a necessidade chora junto aos pequeninos
e a dor destila quente entre os cílios.
ao longo da estrada envolta em neblina,
onde a necessidade chora junto aos pequeninos
e a dor destila quente entre os cílios.
Nascí, e minha mãe morria.
O velho pai me lavou no rio:
por isso é forte hoje o meu corpo
e o sangue me escorre dentro impetuoso.
O velho pai me lavou no rio:
por isso é forte hoje o meu corpo
e o sangue me escorre dentro impetuoso.
Cigano
búlgaro nascido em 1929, durante uma parada da caravana às margens do rio Vit.
A poesia a seguir faz parte de uma série de composições autobiográficas. Nesta
ele narra o momento de seu nascimento, que coincide com a morte de sua mãe...
VILA FLÔR
Matriarca Cigana
Portugal
Cozinha dos Vurdóns
Sastipê,queridas! Já conhecia esta poesia...É comovente,é triste.Um coração cigano que expressa sua dor em versos inspirados,destilando uma imensa,infinita dor!
ResponderExcluirQue as bênçãos de Sara desçam sobre todos! Thiumidau thiro ilô!
Dor e sofrimento pelo visto superados e bem usados ao longo de sua vida. Mais que dor, realidade.
Excluirbjs no seu coração também, de todas nós
Belíssimo
ResponderExcluirOs rios corriam como a água de beber
Impetuoso e forte.
Excluirbjs nossos
Muito bonito o poema e muito bonita a foto e a retratada. Tantas rugas e no entanto tanta beleza.Um olhar e um sorriso bonito. Eu diria de
ResponderExcluiruma pessoa serena e forte que ama a vida.
Beijinhos amigos
Os rostos sem estereótipos são belos, são de luta e de vida. Também achamos.
Excluirbjs nossos
Porque têm os dias de Outono ser tristes??
ResponderExcluirA mais linda estação do ano, pelo menos para mim.
É triste a história, uma pessoa morreu ao dar à luz, mas acredito que a estrela que partiu, ficou bem intensa, presente no ser que nasceu.
Lindo, lindo minhas belas princesas cozinheiras.
7 beijos brilhantes
Também acreditamos nisso Carlota, isso fez do seu sangue mais forte, da sua luta mais viva. Há vitórias nos sofrimentos, apenas temos que enxergá-las.
Excluirbjs muitos de todas nós
Apagou-se uma estrela, mas nasceu outra. Que brilhará sempre intensamente.
ResponderExcluirPoema que relata a realidade de outrora, de sofrimento e tristeza, mas que deu forças para lutar.
Beijos para todas. E que a poesia esteja sempre presente no coração do Homem.
Querida Cláudia, esse poema simples, não demonstra amargura, vc percebeu não foi? Vimos a mesma coisa que você. É triste sem dúvida, mas, exato na sua simplicidade, retrata o fato, a situação e a superação. Por isso gostamos tanto dele, não se perde no vazio do sofrimento.
ResponderExcluirE viva as estrelas no céu.
bjs nossos
À luz da lua, ao longo da estrada, onde a dor destila quente entre os cílios...
ResponderExcluirQuanta vida entre o frio, superação, fortaleza, a mesma que há nos olhos da matriarca. (Roubei a foto)
Beijinhos grandes
Cada vez mais compreendemos a expressão Olhos Ciganos, tem sempre algo, seja por aqui, quanto no resto do mundo.
ResponderExcluirRoubo autorizado.
bjs mil
Amigas,
ResponderExcluirUm poema lindo e arrepiante.
A fotografia está tão bonita, que olhos?
É de quem sabe o cheiro da terra e do pão que tem que amassar...
Bela postagem
9 beijinhos. :)
Disse tudo Ana, o rostinho dela é tão ssuave.
ResponderExcluirbjs nossos
É um poema belíssimo, tão descritivo quanto vívido. Transporta-nos para um tempo, um lugar e uma realidade. Obrigada por esta partilha, maravilhosamente ilustrada pela fotografia de uma outra mãe.
ResponderExcluirAbraço grande e um bom fim-de-semana!
Até pela falta de estudo, acredito que a maioria dos poema dessa época, escrita por roms, acaba por ser assim, real e sem rebuscamento, mais perto da realidade.
ResponderExcluirbjs e bom final de semana também
Eu adoro quando a poesia escorre para dentro e por dentro.
ResponderExcluirNão conhecia esse poeta e agora estou aqui curiosa por sabê-lo ainda mais.
bacio
Oi menina, não sei se tem muito mais coisa dele, a época , as dificuldades e etc... se achar mais te mando.
Excluirbjs nossos
Desculpem não vos ter visitado ultimamente. É que como não recebo a atualização dos vossos posts (e de alguns outros blogues também), esqueço-me ... : (
ResponderExcluirEste poema é muito interessante, por falta de outra palavra de momento.
Não conhecia.
Abraço e um ótimo fim de semana.
Não se desculpe, as horas se acertam. No início ele nos incomodou um pouco, talvez por ser limpo e claro, gostamos muito e eu particularmente que não sou fã de rodeiros, adorei.
ExcluirAcho que as mensagens só aparecem se formos seguidores ... por isso recebo as suas.
bjs nosso e bom fim de semana
Lindo poema, Tenho uma admiração pelo povo cigano.
ResponderExcluirTenha uma ótima semana.
Obrigda por vir e fique a vontade, puxe um banquinho e seja bem vinda a Cozinha dos Vurdóns.
Excluirbjs nossos