SOPA DE LENTILHAS VERMELHAS
As lentilhas vermelhas não são muito comuns aqui no Brasil e em sua grande maioria vem do Líbano em pacotes/secas. São lindas e no fundo parecem alaranjadas.
Cozinham rápido, possuem um gosto suave e de fácil tempero, o que não adianta rebuscar muito.
Do simbolismo, elas representam fartura e sustentação, visto que um bom prato de lentilhas acaba por sustentar uma família.
SOPA DE LENTILHAS VERMELHAS
(ELAS AQUECEM A ALMA)
2 dentes de alho amassados e misturados com 1 colher (sopa) de sal,
2 tomates picados,
1 cebola média ralada,
1 xícara de (chá) da carne de sua preferencia bem picadinha.
1 colher de sopa de manteiga (ou azeite)
salsa fresca.
250 grs de lentilha vermelha - seca,
opcional: nata fresca no final e/ou salsinha.
Em uma panela larga, coloque a manteiga, o alho, o sal, a cebola e deixe que doure. Em seguida acrescente o tomate e a carne. Mexa e deixe que a água do tomate e da carne solte e frite um pouco. Acrescente a salsa e a lentilha (250 grs).
Mexa até que todos os ingredientes estejam misturados. Acrescente duas xícaras (chá) de água quente e vá verificando sempre o ponto que deseja. Mais água e sua lentilha estará no ponto de sopa, menos água e ela servirá de complemento. Você decide. Caso queira a sopa, no final pode se acrescentar 1 colher (sopa) de nata fresca ou raminhos de salsa.
* Sophia de Mello Breyner
Não há para mim outro amor nem tardes limpas
A minha própria vida a desertei
Só existe o teu rosto geometria
Clara que sem descanso esculpirei.
E noite onde sem fim me afundarei.
in O Cristo Cigano, 1961
As privações dos romani no mundo, hoje, são um assunto mais que delicado. Vivemos entre tentar desmistificar colocações perjorativas e entrar num supermercado.
A dualidade entre matérias e errôneas e de informação ilícita que percorrem jornais e revistas, contos de fada que renegam muitas mulheres das etnias ciganas a serem expulsas, confundidas e humilhadas em locais públicos, centros de assistencia social e daí por diante.
Denuncias de mal trato chegam todos os dias, suposições também, saias de seda pura e fotografias de vida alegre e sem preocupação.
O rosto da mulher cigana hoje no Brasil não possui números, nem estatísticas, nem realidade. São baseadas no discurso irresponsável de não ciganos e ciganos.
Circulam manifestos, cartas, entrevistas com porcentagens desencontradas e ireais.
A forma de matar um povo é sem dúvida sufocar sua cultura, matar sua língua e renegar as futuras gerações.
Em todos os estados europeus, nas américas, no mundo, existe uma minoria de romani. Muitos já perderam a língua e uma boa parte da sua cultura.
Na Lituânia morrem de frio,
no Brasil de fome,
na Itália queimadas,
na França expulsas,
na Roménia são colocados em escolas especiais,
em Kosovo são expostas a morrerem por chumbo.
Uma estrada possui uma via de ida e de volta. Temos de percorre-la. Tantos ciganos quanto não ciganos.
E estamos em plena década de inclusão dos Rromá (2005/2015) - aos amigos que aqui vem, nais tukê pelo carinho e pela estrada que percorrem a cada dia conosco. Estamos abrindo uma nova clareira, rezem por nós, torçam por nós. Não por nós, por Sara, uma mulher que lutou contra toda forma de preconceito e fez com que esse povo suportasse muitas vezes o que por vezes nem imaginamos.
Universidade de Austin - Texas
Acervo do RADOC
PhD. Ian Hancock - um romani.
Cozinha dos Vurdóns
Obrigada pelo email. Vou responder.
ResponderExcluirVim espreitar a comida... Acho que desta maravilhosa sopa posso comer (só isto, claro...)
Um grande beijo
o falcão
Pode comer sim e de olhos fechados...verá depois de algum tempo que muita coisa poderá comer de novo. É só uma recauchutada.
Excluirbjs nossos
Sempre tão importante o que dizem! Ainda ontem vi num jornal francês a "grande evasão" de ciganos da Hungria para o Canadá!
ResponderExcluirImportante é a inclusão pela qual nos batemos !
Na Hungria há até milícia armada Falcão, não há quem os proteja, a não ser outros ciganos. O mundo assiste calado de novo.
ExcluirITÁLIA, FRANÇA E HUNGRIA,
é angustiante amiga.
bjs nossos
SASTIPÊ,QUERIDAS! Ótima receita,embora,eu nunca tenha encontrado aqui em minha cidade esta variedade de lentilhas...O post está perfeito!Continuemos lutando!Ando Sara! Beijos em todas!Devlesa!
ResponderExcluir(Roubei-lhes a imagem do laço vermelho...Posso?Vou postar no ALMA CIGANA!Gestena!)
Sastipê Cezarina, ficam meio escondidas entre os grãos de bico, trigos e lentilhas comuns, procura que acha.
ExcluirPode levar o lenço e colocar no blog, estamos lutando pelo respeito. Pelo direito dos Romani e de forma séria, sem choramingos, pela realidade.
bjs nossos.
A vossa luta é dessas pelas que vale a pena dar tudo o que se é, e que quanto mais se dá, mais se recebe. Todos temos que involucrar-nos com o tema dos ciganos até que por fim haja justiça. Vou levar o laço, espero saber o que fazer com ele.
ResponderExcluirSophia de Mello é uma grande poetisa.
E as lentilhas estupendas, muito ricas em ferro.
Beijinhos
Vai saber sim Maria, temos certeza que saberá. A luta é para que todos tenham direito a viver sem essa doença que é o preconceito, tanto do lado que sofe com ele, quanto do lado de quem o sente no coração e lança o veneno.
Excluirbjs muitos e mais uma vez nais tukê
Amigas Vurdóns,
ResponderExcluirSempre que bato à porta e entro vejo o "jeito manso" de lutar à procura de um lugar ao sol.
Que o sol invada o planeta e as difrenças se diluam!
Gostei muito desta receita com o sabor acrescido da Sophia de Mello Breyner Andresen.
Beijinhos para todas. :))))))))
Sem mansidão não se chega longe, a estrada já se apresenta reta, entretando é preciso ter calma.
ResponderExcluirbjs muitos e que venha o sol.
adoro sopa de lentilhas (mas não conhecia essas lentilhas vermelhas. vou procurar!)
ResponderExcluirbeijo e ótima semana!
Procure, são lentilhas secas partidas, são muito saborosas e cozinham rápido.
ResponderExcluirbj e boa semana pra você também