A DIVERSIDADE NA COZINHA E O COLO DE AVEIA
Um bolo (colo),
com aveia, tradicional dos ciganos da Hungria, mas podemos por farinha de trigo
por aqui ou mesmo chocolate.
Fiquem a
vontade, na COZINHA DOS VURDÓNS e nas suas cozinhas, porque precisamos
respeitar as diferenças e alimentar os nossos corações com respeito e muito
carinho:
· 1/2 xícara (chá) de leite
· 1 colher (sopa) de suco de limão
· 3 ovos
· 1 colher (chá) de fermento em pó
· 1 xícara (chá) de açúcar
· 2 xícaras (chá) de aveia ou 1 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo ou de farinha de arroz.
· 1 colher (sopa) de suco de limão
· 3 ovos
· 1 colher (chá) de fermento em pó
· 1 xícara (chá) de açúcar
· 2 xícaras (chá) de aveia ou 1 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo ou de farinha de arroz.
Bata tudo no liquidificador e coloque pra assar.
Faça uma caldinha quente de água, laranja e açúcar e
coloque por cima dos bolinhos, ainda quentes.
A
N T I C I G A N I S M O :
OS
CIGANOS NA EUROPA E NO BRASIL
Muitas
mulheres ciganas ainda usam longas saias, além de jóias de ouro e prata, mas
inúmeras outras não. Inclusive porque é sempre mais difícil possuir este tipo
de jóias. Muitas vezes mulheres ciganas e não-ciganas que se dedicam a
atividades esotéricas costumam fantasiar-se de „cigana‟
conforme os estereótipos existentes na região, o que atrai mais clientes.
Porque neste caso, mais importante do que ser, é parecer cigana,
de preferência Kalderash. E para parecer uma cigana, somente usando um
estereotipado vestuário cigano, nem que seja uma fantasia carnavalesca. Para
quem quiser, na internet existem alguns sites que vendem roupas e outras coisas
supostamente ciganas. Pg 18 - dhnet.
Frans Moonen – Recife/Brasil 2011. A
N T I C I G A N I S M O : OS
CIGANOS NA EUROPA E NO BRASIL
Esse é
um estereótipo muito usado e corretamente apontado. Devendo ser compreendido e
esclarecido.
O ouro
sempre foi um metal precioso e de valor certo. Muitas mulheres o transportavam
em forma de jóias – visto muitos kalderash serem ourives. Dinheiro seguro e
sempre de troca fácil, o ouro nunca perdeu seu brilho e seu valor. Ainda hoje
em muitos países, inclusive no Brasil, os dentes de ouro ainda são um enfeite e
uma forma de manter para si, o valor agregado.
As saias
largas e longas, floridas ou em negro, são vestuários típicos. Nos anos 70 com
a explosão da onda hippe e da liberdade das mulheres, elas ocuparam espaço e
junto com ele cresce o estereótipo – essa parte negativista, inconsistente e
que afeta não só o uso das saias pelo seu real ponto cultural, como amplia as
restrições de comportamento de todas as mulheres.
Cigana
que é cigana usa saia.
Toda
cigana usa badulaque.
Cigana só
dança descalça.
E quanto
aos vestuário a coisa fica preta. Se entre os diversos clãs o tema já se
diferencia, imagina quando entra em cena o estereótipo.
O frio,
a neve e os materiais mais acessíveis as rromís do leste europeu, são mais
pesadas, mais fechadas na sua tonalidade. Usa-se muito veludo no colete e ele protege
o peito e as costas do frio. É bonito de se bordar, tudo ganha brilho e cor. No
entanto na Hungria o uso de aventais sobre as saias, mostram as roupas no seu
dia a dia. São de panos mais fechados com estampas mais miúdas e sóbrias. Os lenços
passam por higiene na cozinha, respeito as crenças, define esposas, sentimento
de respeito e protegem do frio. Não existe um certo e os outros errados. Existe
a tradição das famílias e o respeito por elas. Existem necessidades e
adaptações.
Em países
como o Brasil, o cetim ganhou força entre as kalins, é mais barato, tem um
brilho inconfundível, é alegre, tem mobilidade e é fresco, visto o nosso clima
tropical. São as sedas indianas, com seus brilhos e cores. É o luto das
senhoras ciganas de Portugal e Espanha.
Localizados
nas cavernas de Sacromonte distrito, propriedade municipal, que foi
restaurado para a ocasião, em nove salas diferentes objetos expostos
relacionados com a cultura cigana.
Os enfeites
de cabeça, os anéis, as pulseiras são demonstração de feminilidade, de beleza. São
rosas no cabelo como em Espanha, são tiaras como na Rússia ou na Índia. São as
tranças das ciganas da Roménia, são os coques das ciganas de Portugal.
Tudo isso
e muito mais se confunde a tradição mais comum de todas as famílias de manter
as pernas cobertas, essa é uma tendência e uma observação de costumes que
costuma vigorar no meio de todas as mulheres de etnia cigana, mesmo assim, já existem
diferenças.
Căldărari (Kalderash)
Desde 2003,
a frente do “Grupo Sara Kalí” de danças ciganas, a prof. Lucimara, se preocupa
em passar os conceitos básicos de como a dança cigana, seu vestuário e sua
rotina diária são importantes dentro da vida de uma mulher. O carinho, a
alegria, a expressão e a convivência. O respeito e a condição primária de
ensinamento. A mãe que dança com a filha e com a neta pode desfrutar de
respeito e de tempo de convivência, carinho e afeto. A alegria e a liberdade de
movimentos trazem um benefício enorme a elas mesmas, as necessidades que são
exclusivas das mulheres e a possibilidade de passarem mais conhecimento das
tradições através da dança. Forma essa de expressão que pode e deve ser um dos
veículos de disseminação de uma cultura, tão mal compreendida e que nos últimos
anos tem sido alvo de interpretações erronias que levam a sérios desmandos,
causando prejuízo a imagem não só das mulheres de etnia cigana, mas de todas as
mulheres.
Kalderash - Roma ethnic group, part of a large group of Roma Gypsy. In Russia and Ukraine call themselves Kotlyar.
Kalderash - Roma ethnic group, part of a large group of Roma Gypsy. In Russia and Ukraine call themselves Kotlyar.
É muito
bom trazer a tona, trabalhos como o do prof. Frans Moonem, que descreve em vários
capítulos sobre os prejuízos causados por esses estereótipos.
E existem
outros, a facilidade de imitar mulheres Calons, por estarem mais na linha de
pobreza no Brasil, usando inúmeras bijuterias e andando descalças. Como se é
notório ouvir de alguns Calons: “cigano pobre somos nós, os Calons” como se
outras famílias ciganas não pudessem passar por dificuldades assim,
não mais habitassem em tendas e não passassem privações financeiras. (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-05-24/ciganos-ainda-sao-%E2%80%9Cpovos-invisiveis%E2%80%9D-avaliam-estudiosos)
No Brasil são vários os de etnia cigana, Rom, Sinte e Calon, entre outros que já freqüentam cursos universitários, passam fome, trabalham, vivem, entretanto, os estereótipos ainda vão demorar algumas décadas para caírem no conhecimento dos desavisados de plantão ou dos “ciganos” de oportunidade.
Grupo de ciganos
Di Cavalcante/dec de 20
As
mulheres, dentro da cultura Romani, ocupam um espaço único, insubstituível, repleto
e pleno de reconhecimento e respeito. Quanto mais entendimento, mais
esclarecimento e mais cultura, melhor.
Cozinha dos Vurdóns
Gostei muito de ler este post.
ResponderExcluirTemos realmente muitas ideias erradas, ou até se generaliza o que não pode ser generalizado.
Os bolinhos parecem deliciosos.
Cor de chocolate, cor de tentação.
Beijinhos amigos
Isabel, os estereótipos fazem isso e os anos vão se passando. É preciso conhecer e respeitar e isso se chama educação.
ExcluirQuanto ao bolinho, ficaram deliciosos...uma tentação.
bjs de todas nós
simples e cheio de fibra!
ResponderExcluirgostei!!
:)
beijos e bom carnaval!
Beijos e bom carnaval pra você também ... cheio de receitas boas.
ExcluirAdorei o post de hoje! Espetacular! E os bolinhos de aveia, nem se fala!Que delícia!Fiquei com água na boca...Curvo-me diante de sua escolha.Parabéns,queridas!E Gestena por visitarem meu blog!Tumen sam cate murro Ilô!Nia bister!(Tradução em respeito aos que não conhecem a língua:Voces estão aqui no meu coração!Nunca esqueçam!)Devlesa!
ResponderExcluirNais tukê Cezarina. Desmistificar a língua foi uma decisão no encontro mundial de 2001 no Chile. Ela não pode morrer e cada vez que usamos de transparencia, construimos mais um pedaço da história verdadeira. Tukê por sempre estar perto, pelo carinho e pelo amor que tem. Saiba que no nosso ilô você sempre estará. Caminhamos juntas.
Excluirbjs para essa linda calim
Parece-me que vocês andam a abrir os olhos dos verdadeiros senhores da rua.
ResponderExcluirO pesquisador é sábio e sabe o que diz, outros também tem levantado a lebre sobre o assunto e isso me deixa mais aliviada. São nos mínimos detalhes que tentam lhe roubar a identidade e neles que se descobre a bela coloração de saias de muitas ciganas.
um beijo para cada brava rromí,
um beijo para Sara.
rromí zerafim
Gostamos muito do Frans Moonem e seus textos e pesquisas e são mesmo, nos mínimos detalhes que as verdades se constroem, que a vida se alarga e as pessoas ocupam o posto de raça humana, não mais do que isso. Iguais, seres humanos.
Excluirbjs e gestena pela força.
Queridas amigas,
ResponderExcluirEste vosso trabalho e a vossa presença aqui, ajuda e muito a desmitificar a cultura cigana. A compreender um povo que tem sido sempre visto de forma depreciativa.
Não desistam, por favor. Nem imaginam o alcance que as vossas palavras e as vossas acções podem ter.
Um post muito interessante, sem dúvida.
Beijinhos para todas
Não iremos desistir Cláudia. Em meio a tanta contradição, a boa vontade move montanhas, o resto vem depois. Obrigada por estar presente na torcida e de forma efetiva para que nossas ações se transformem em vida.
Excluirbjs das cozinheiras
Não sei se entendi bem, acho que os trajos ciganos acabarão por ser representativos de uma civilização, e terão muitas variedades, claro, ao representar a um povo espalhado por meio mundo. Na Andaluzia, " el traje de gitana" é o mais representativo, e também o mais bonito, com diferença. Quando chega a Feira de Sevilha, quase todas as mulheres se vestem de "gitanas", e há desfiles de modelos com firmas tão reconhecidas como Victorio y Lucchino ou Vicky Martin Berrocal.É um alarde de imaginação e bom gosto,como a vossa cozinha!
ResponderExcluirAgora mesmo estou com fome, olho para esses bolinhos, imagino-os acabados de fazer, e......
Beijinhos quentinhos também,( vou comer alguma coisita )
Por ser forte a expressão romani na Espanha é que muitos acreditam que apenas esses trajes são os de um povo. Mas não é bem assim. São muitas as variações. Entretanto, a entrada no mercado de griffes famosas ajudam e muito, mas ainda não interferem na ajuda a discriminação e a realidade de pobreza premente em muito locais no mundo. Acaba por se confundir com a própria cultura do país. Hoje na Lituânia, estão a morrer de frio e de fome.
ExcluirPegue um bolinho, se tivesse por aqui, te mandava uns.
bjs com saudade.
É deveras interesante esta postagem.
ResponderExcluirPelo pouco que sei e vi hoje perdeu-se esse uso da saia. As saias só fazem parte da vida das mulheres mais velhas.
Diz-se que "o hábito não faz o monge". Desejo verdadeiramente que sim e que a alma cigana se resguarde e prevaleçam as suas histórias e a sua essência assente numa escolha.
Bjs para todas :)x9.
Das novas também Ana, A saia só não mais demarca as mulheres de forma obrigatória. Entretanto é o traje preferencial sempre.
ExcluirOs aderesos usados por um povo não devem ser tachados e restritivos, nos tempos de hoje não mais. Isso deu margem a muito sofrimento e muita informação errada. A preservação da história, da língua e das tradicões básicas é que devem permanecer. O desrespeito é prato cheio para a discriminação.
um beijo enorme de gratidão e carinho
beijos de todas nós.
Quando andava na universidade, usava muito saias compridas. Como tenho olhos e cabelo escuros, perguntaram-me um dia se eu era cigana. Naturalmente, associaram a indumentária à cultura, que em Portugal é muito discriminada.
ResponderExcluirObrigada por esta viagem antropológica, tão bem documentada.
Beijos para todas.
Veja bem como é fácil, saia comprida, muitas mulheres usam,coloridas e fartas, e assim por diante ... Portugal conseguiu muitos avanços em relação aos ciganos, entretanto a situação no norte do país possui um registro mais claro dessa discriminação. Vamos tentando Sara, cada pessoa que puder ter um olhar mais realista sobre os ciganos, verá que muito é mito e estereótipo, falta de informação e muita pouca vontade.
ExcluirTemos muito apoio de Portugal e isso nos alivia o peito.
Obrigada por sempre estar aqui, obrigada pela sempre disposição em entender.
bjs para você, bom carnaval e bom descanso.
É fundamental clarificar os estereótipos e o significado dos simbolismos. São também estes que frequentemente estão na base de preconceitos. Desmitificá-los parece-me também uma forma de aproximação inter-cultural.
ResponderExcluirObrigada pelos esclarecimentos e votos de máximo sucesso na continuação destes propósitos.
Um forte abraço e os votos de uma boa semana.
Quando desmistificamos, acabamos por fazê-lo com estudo e literatura séria, ou seja, educação. Não vemos outra chave. Dos dois lados, pois a aproximação inter cultural tem essa vertente. È isso R, esse é o nosso propósito.
ExcluirObrigada pelo carinho,
Boa semana pra você.
bjs nossos
Olá Cozinha dos Vurdóns,
ResponderExcluirAchei esse blog muito bonito e verdadeiro. Obrigada por defenderem a raça humana de estereiótipos tão abusivos e feios. As materias são boas e colocam a realidade em pratos limpos.
um abraço carinhoso para todos.
Sônia Mellin
Obrigada Sônia, seja bem vinda nessa luta pela igualdade, pela verdade e pela inserção dos povos rromá.
ResponderExcluirbj das cozinheiras