GABRIEL GARCIA MARQUES NA COZINHA DOS VURDÓNS
... a morte o seguia por todas as partes, farejando-lhe as
calças, mas sem se decidir a dar o bote final. Era um fugitivo de quantas
pragas e catástrofes haviam flagelado o gênero humano. Sobreviveu à pelagra na
Pérsia, ao escorbuto no arquipélago da Malásia, à lepra em Alexandria, ao
beribéri no Japão, à peste bubônica em Madagascar, ao terremoto na Sicília e a
um naufrágio multitudinário no estreito de Magalhães. Aquele ser prodigioso,
que dizia possuir as chaves de Nostradamus, era um homem lúgubre, envolto numa
aura triste, com um olhar asiático que parecia conhecer o outro lado das
coisas.
a
insuperável resistência do cigano Melquíades, em Cem anos de solidão 10, à p.
11:
Macondo
MINI RAINHAS COM LOMBO CREMOSO
Minis rainhas
4 mini abóboras, cortadas o topo, retirado as sementes e posta para ferver com água, azeite, 6 cravos da índia e sal - por 20'
Numa frigideira funda, aqueça 2 colheres de sopa de azeite, cebola ralada, 3 dentes de alho amassados, salsinha e cebolinhas qb.
Refogue e quando o alho e a cebola estiverem dourados, coloque 4 files de pernil em tiras, refogue e acrescente 1 xícara (café) de vinho branco, 1 pitada de páprica doce e deixe dourar - sempre mexendo.
Retire a polpa das abóboras (cuidado, deve dar mais ou menos 1 colher de sopa cheia de cada uma) e acrescente a carne, misture até incorporar. Salpique sal na carne e acrescente 1 xícara de queijo cremoso ou requeijão culinário, mexa, acrescente uma xícara (café) de água e deixe ferver. Coloque 1 xícara (café) de creme de leite fresco, mexa, deixe que aqueça e verifique o sal.
Complete as abóboras e sirva.
Salada
Tomates cerejas, mozarela de búfala, melão, alho torrado, azeite, sal, manjericão fresco e gergelim negro.
Nacons de aspargos
Corte 8 mini pães ao meio e deixe-os de molho numa mistura de:
1 xícara de leite,
1 pitada de sal,
1/2 xícara de azeite,
sumo de 1 limão,
canela em pó.
Coloqe-os numa frigideira anti aderente ou na chapa e aperte-os até ficarem dourados (dos dois lados). Sirva quente com pasta de aspargos temperados.
Melquíades
Os olhos ciganos, os olhos que parecem conhecer o outro lado das coisas. Com certeza não somos vítimas de uma maldição, mas, todos nós, rromá ou não, carregamos algo da solidão dentro de nossos corações, solidão essa que não acaba em cem anos, mas continua eternamente enquanto vida existir em nós - seres humanos, enquanto houver vida na terra.
Cozinha dos Vurdóns
Amigas Vurdóns,
ResponderExcluirTão belo este post, que delícia deve ser esta receita-rainha.
Li este livro há uns anos, não me recordo de tudo com precisão. As vossas palavras são melancólicas mas compreendo-as.
Bjs para todas! :)x9
A fala é essa, o encontro, a construção, a perda e o que passamos, passamos apenas dentro de nós. O conhecimento de cada dia nos dá argumentos para a vida e solidão para a caminhada. Tristeza não, solidão.
Excluirbjs grandes de todas nós
Lindo post.
ResponderExcluirAdorei a primeira pintura.
O estilo naif e o colorido muito próprio.
Todo o post é bonito.
Gosto de Gabriel Garcia Marques. Este livro ainda não li. Li há algum tempo o "Amor em tempo de cólera" .
Beijinhos amigos para todas as Cozinheiras
Oi Isabel,
ExcluirProcurei o autor e apenas encontrei a cidade onde está (referencia), a pintura é belíssima e retrata bem o tema do livro.
Acho que irá se deliciar com esse livro, enquanto Amor em tempo de cólera, já lí a muito e não me recordo tão bem dele. Gabriel Garcia Marques possui a capacidade de dar a cor da gente por essas bandas e o sentimento de muitos povos.
bjs nossos e que bom que gostou.
Um dos mais belos livros de sempre! A escolha não podia ser melhor e a pintura é belíssima, sem dúvida. A solidão, essa, é efetivamente indissociável da condição humana, ou não fossemos os únicos a poder vestir a nossa própria pele (embora às vezes fosse bom que pudéssemos experimentar, ainda que por momentos, a existência de terceiros).
ResponderExcluirUm forte abraço e os votos de uma semana magnífica.
Gostaria de ter mais dados sobre a pintura R, não gosto de publicar sem dados, acho isso ruim, mas foi o mais perto que cheguei. Ela é lindíssima.
ExcluirEle fala de solidão como ninguem, com um sorriso largo que apenas alguns grandes da literatura podem fazer.
bjs de todas nós e boa semana pra vc também.
Gosto muito de Gabriel Garcia Marques e este seu post está absolutamente
ResponderExcluirfabuloso.Parabéns.
Muitos beijinhos
Irene
Obrigada Irene, é sempre bom vê-la por aqui. Que bom que gostou.
Excluirbjs grandes das cozinheiras
GGM é um dos meus escritores de eleição e foi a minha primeira paixão literária, a qual teve início depois de ter lido este livro. É uma obra-prima. E, sim, a possibilidade de solidão é-nos intrínseca, embora, felizmente, também nos seja intrínseca a possibilidade de companhia e relação.
ResponderExcluirBeijinhos para todas.
PS. Delícia de abóboras: à vista e certamente também ao paladar.
E é exatamente isso que faz de Cem Anos de Solidão um livro tão fantástico, as possibilidades e a resistencia.
ExcluirE sim querida Sara, estavam ótimas.
bjs de todas nós
Essa é a minha vez de aplaudir de pé.
ResponderExcluirbj para todas, explendido.
gestena amiga,
Excluirbjs nossos
A solidão é intrínseca ao ser humano. E, penso que cada vez mais, este está sozinho na caminhada, não tem tempo para si nem para os outros. Assim, os momentos que temos com os outros têm de ser inteiros, sinceros, de entrega. Só assim o nosso coração ganha força para continuar a luta e pagar o preço da evolução.
ResponderExcluirJá que não posso alimentar o estômago com os vossos deliciosos cozinhados, vou alimentando os olhos e a alma.
O quadro de Macondo está magnífico e muito bem conseguido. Retrata bem a alegria do festival.
Amigas, mais ausente mas sempre presente, beijinhos para todas.
A sua ausencia desaparece em meio a certeza que temos do seu carinho e do seu envolvimento.
Excluirbjs de todas nós e ficamos felizes que tenha gostado. A tela é belíssima. Obrigada por dar mais informações sobre ela.
Há momentos de solidão que ficarão eternamente ligados, interiorizados na nossa alma.
ResponderExcluir7 beijos brilhantes
Concordamos com isso Carlota,
Excluirbjs,bjs, bjs de todas por aqui.
puxa, que lindas ficaram essas abóboras!!!!
ResponderExcluirLindas e gostosas, essa receita é antiga, e funcionou perfeitamente. Antes para engrossar se usava molho de cebola com queijo, gostamos mais dessa combinação.
Excluirbjs nossos.
Sim a solidão é terrível, mas os ciganos já não caminham sozinhos! temos um grande grupo para ir com eles à procura das estrelas, de fogueiras acesas, aqui e ali...
ResponderExcluirBeijinhos! Sete e dos grandes!
o falcão
E que grupo de peso, nos aguardem...a verdadeira amizade, seja ela apenas uma e mesmo que ausente fisicamente, faz com que o coração alcance estradas, dantes inimagináveis.
Excluirbjs grandes a cobri-la, de todas nós.
Sastipê! A solidão faz parte dos caminhos inevitáveis da vida...Mas,cabe a nós mesmos tornar a ausência de companhia em plenitude de alma,de modo que a solidão se transforme em solitude,o que é diferente.Solitude simplesmente significa completude. Você é um todo; não há necessidade de nenhuma outra pessoa para completá-lo.É estar conectado com seu ser mais profundo,é estar conectado à Deus e sentir-se em paz com o universo... Parabéns! Pelas escolhas:do tema e das receitas.Beijos na alma!
ResponderExcluirAinda acho que todas as filhas a mais estimada é a caridade; e dela precisamos nos colocar no caminho vasto dos outros e os outros em nós. Particularmente amiga, ainda não alcancei e por vezes até acho que não sobra tempo, ainda não tenho a paz do universo, mas vamos tentando. Estar só pra mim é mais simples, apenas penso em conseguir estar feliz comigo mesmo, sem muletas e estar feliz dentro do que a felicidade se apresenta. Minha solidão é colorida.
ExcluirSabia que gostaria das receitas,
bjs pra vc querida amiga, de todas nós,
devlesa
Que post maravilhoso, em que o colorido da cozinha não é impeditivo de olhares para lá do horizonte, antes os condimenta!
ResponderExcluirBeijos :)
Beijos de todas nós AC, é esse colorido que nos move.
ResponderExcluirO bom do Melquíades, que levava sempre a Macondo imaginação e vida!
ResponderExcluirLeio na resposta à Ana: "tristeza nâo, solidão", senti-me identificada.
O cuadro lembra-me a Chagall( do que mais gostei foi do cavalinho branco à esquerda).
Esse molho com limão e canela tem que ser um a delícia mesmo!
Sete beijos grandes
Solidão, palavra difíl, mas não triste. Penso eu.
ResponderExcluirQuanto ao molho, fica bom mesmo, parece que qualha, mas coloca-se no pão dos dois lados. Fica muito bom.
bjs grandes.
(parece chagall mesmo)
Por vezes necessáriamente sós
ResponderExcluirmas nunca isolados
Desta vez senti a sua falta, obrigada por vir. Isolamento, esse termo me assusta, sós não, eis a minha condição ... por vezes.
ResponderExcluirbjs de todas nós
acredito que a solidão é uma forma de conhecer-mos a nós mesmo e os nosso limites, ela é preciso.
ResponderExcluirbjs
E qual a caminhada que não é? Por isso acreditamos que ela seja parte, que seja preciso. Caminhar é preciso. Bom vê-la por aqui.
Excluirbjs das cozinheiras