A INCLUSÃO COMO CAMINHO
No último dia 5 de fevereiro, em Sofia, Bulgária, a Secretária de Estado do governo dos Estados Unidos Hillary Clinton anunciou a adesão dos EUA à Década pela Inclusão Roma 2005-2015 - uma iniciativa sem precedentes lançada em fevereiro de 2005 por um grupo de países europeus a partir da qual seus governos assumiram o compromisso de garantir a inclusão social e a melhoria das condições socioeconômicas da população cigana. Atualmente, 12 países fazem parte desta iniciativa: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Búlgaria, Croácia, Eslováquia, Espanha, Hungria, Macedônia, Montenegro, República Tcheca, Romênia e Sérvia. Os EUA passaram a integrar este grupo de países na qualidade de observador.
O discurso de Hillary Clinton nos chamou a atenção e nos alegrou, pois comunicou muito do que acreditamos. Logo no início de sua fala, proferida para um grupo de jovens profissionais ciganos e ciganas, ela afirma:
"Acredito que os homens e mulheres que estão em torno desta mesa nos fazem lembrar das lições corroboradas pela história: de que a discriminação, em qualquer lugar e contra qualquer pessoa, afeta a dignidade humana de todos nós; de que a persistência, apesar de todas as dificuldades, pode vencer o preconceito; e de que o talento apenas necessita de oportunidade para florescer.
Posteriormente, ela afirma:
"Por muito tempo os cidadãos e cidadãs ciganos têm sido marginalizados e isolados, impedidos de contribuírem com seus talentos e participarem das sociedades das quais fazem parte. Esta é uma questão central para os direitos humanos e afeta milhões de homens, mulheres e crianças no continente. (...) Em qualquer sociedade é também um erro não promover o amplo acesso à educação para todas as crianças e, em muitos lugares, as crianças ciganas frequentam escolas de menor qualidade, e em alguns casos, segregadas".
(Para ler o discurso completo de Hillary Clinton, acesse www.romadecade.org).
O preconceito e a discriminação têm impactos profundos sobre aqueles e aquelas que os sofrem, mas não podemos esquecer dos impactos gerados sobre as pessoas em geral, sobre nossa humanidade. É a luz de nossa própria dignidade humana que se enfranquece a cada palavra, a cada ato discriminatório. O ciclo vicioso de exclusão e violência se estabelece, afetando a sociedade como um todo, sua organização e seu desenvolvimento; afetando cada pessoa, homens, mulheres, crianças e adolescentes. É assim que as pontes são destruídas ou sequer construídas.
A informação e a educação têm um papel central no rompimento deste ciclo. Temos repetido isso como insistentemente... Elas são o concreto que possibilita a construção de pontes; são o tradutor e o mediador que garantem o diálogo entre diferentes; são a água cristalina que faz os campos florescerem, com todas as suas cores e matizes! É nisso que acreditamos!
E para aquecer os corações e as conversas na Cozinha, compartilhamos mais uma receita dos Vurdóns...
Os grãos aquecem o peito e as receitas de uma panela só nos fazem lembrar que é possível romper o ciclo, quebrar a inércia e construir o novo...
GRÃO DE BICO DA MORENA
Ingredientes
1 cebola grande
Meio pimentão amarelo
Tomatinho cereja
100g de lingüiça calabresa
250g de grão de bico
Azeite e sal a gosto
Gengibre, mostarda e manjerona em pó
O discurso de Hillary Clinton nos chamou a atenção e nos alegrou, pois comunicou muito do que acreditamos. Logo no início de sua fala, proferida para um grupo de jovens profissionais ciganos e ciganas, ela afirma:
"Acredito que os homens e mulheres que estão em torno desta mesa nos fazem lembrar das lições corroboradas pela história: de que a discriminação, em qualquer lugar e contra qualquer pessoa, afeta a dignidade humana de todos nós; de que a persistência, apesar de todas as dificuldades, pode vencer o preconceito; e de que o talento apenas necessita de oportunidade para florescer.
Posteriormente, ela afirma:
"Por muito tempo os cidadãos e cidadãs ciganos têm sido marginalizados e isolados, impedidos de contribuírem com seus talentos e participarem das sociedades das quais fazem parte. Esta é uma questão central para os direitos humanos e afeta milhões de homens, mulheres e crianças no continente. (...) Em qualquer sociedade é também um erro não promover o amplo acesso à educação para todas as crianças e, em muitos lugares, as crianças ciganas frequentam escolas de menor qualidade, e em alguns casos, segregadas".
(Para ler o discurso completo de Hillary Clinton, acesse www.romadecade.org).
O preconceito e a discriminação têm impactos profundos sobre aqueles e aquelas que os sofrem, mas não podemos esquecer dos impactos gerados sobre as pessoas em geral, sobre nossa humanidade. É a luz de nossa própria dignidade humana que se enfranquece a cada palavra, a cada ato discriminatório. O ciclo vicioso de exclusão e violência se estabelece, afetando a sociedade como um todo, sua organização e seu desenvolvimento; afetando cada pessoa, homens, mulheres, crianças e adolescentes. É assim que as pontes são destruídas ou sequer construídas.
A informação e a educação têm um papel central no rompimento deste ciclo. Temos repetido isso como insistentemente... Elas são o concreto que possibilita a construção de pontes; são o tradutor e o mediador que garantem o diálogo entre diferentes; são a água cristalina que faz os campos florescerem, com todas as suas cores e matizes! É nisso que acreditamos!
E para aquecer os corações e as conversas na Cozinha, compartilhamos mais uma receita dos Vurdóns...
Os grãos aquecem o peito e as receitas de uma panela só nos fazem lembrar que é possível romper o ciclo, quebrar a inércia e construir o novo...
GRÃO DE BICO DA MORENA
Ingredientes
1 cebola grande
Meio pimentão amarelo
Tomatinho cereja
100g de lingüiça calabresa
250g de grão de bico
Azeite e sal a gosto
Gengibre, mostarda e manjerona em pó
Queijo de cabra
Pique a cebola e o pimentão amarelo. Jogue tudo na panela, juntamente com tomatinho cereja e azeite. Refogue por alguns minutos em fogo médio, acrescentando sal. Depois junte a lingüiça calabresa e adicione gengibre, mostarda e manjerona em pó. Tampe a panela e deixe o vapor agir, acrescentando pequenas quantidades de água. Separadamente cozinhe o grão de bico. Quando o grão de bico estiver cozido, junte tudo em uma panela só.
Refogue todos os ingredientes por alguns minutos. Se você não for muito fã de queijo, pode considerar o prato pronto. Mas as mulheres da Maylê são todas muito fãs de queijo! Então, desligamos o fogo e acrescentamos alguns cubinhos de queijo de cabra. Tapamos a panela e deixamos derreter.
E, pronto! A panela pode ir direto para a mesa, lembrando as comidas de acampamento.
Le bari kelimaske sen catê, andre amaro ilô.
ResponderExcluirThie blagoilto Sara,lasho ges tuke.Thiumidau tio ilô.
A maior alegria está aqui e dentro dos nossos corações. Que Sara te abençoe e tenha um lindo dia.Beijo teu coração.
Com as bênçãos de Sara, sigamos. Com inteligência e sabedoria, alegria e ousadia, força e gentileza. De coração para coração.
ExcluirQue as vossas palavras ganhem mundo.
ResponderExcluirQuejalá Gudovelê, vá com Deus.
rromí zerafim
Que nossas atitudes pela igualdade ganhem o mundo, Zerafim! Vamos transformá-lo!
ExcluirSastipê,queridas! A receita é sensacional e o tema do post,excelente! Vcs devem saber que o ex-presidente Bill Clinton,casado com Hillary,é de origem cigana...Ele toca saxofone,tem esse lado musical,esta sensibilidade artística que todos os rons tem.Clinton deixou o cargo com o maior índice de aprovação de qualquer presidente dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial.Hillary demonstra que conhece bem de perto a problemática cigana e que deseja a integração dos rons e o fim do preconceito e da violência no mundo.Parabéns pelo artigo e pela receita!Beijos no coração!Com Sara e por Sara,sempre!Devlesa!
ResponderExcluirSim, Cezarina, sabíamos da ascendência cigana do ex-presidente Bill Clinton. E Hillary Clinton revela, em seu discurso, o conhecimento sobre tema. Para além disso, mantém a coerência de sua trajetória. Estes temas sempre estiveram presentes em sua atuação política. E em tempos tão difíceis, de tanta perseguição e violência, é reconfortante e encorajador ver uma mulher que ocupa um cargo de tanto poder afirmar seu compromisso com a igualdade e com a justiça. Um beijo muito grande para você.
ExcluirTodos iguais
ResponderExcluirna diferença
Sim! Iguais na diferença! Tão simples e tão complexo... Mas precisamos tentar, tentar e tentar... Fazer o exercício diário de acolher a diferença e não deixá-lá se transformar naquilo que divide, que aparta. Re-conhecer. Co-existir.
ExcluirÉ isso mesmo!
Excluirgostei do discurso pela não discriminação de qualquer natureza (e não sabia da origem cigana do Bill Clinton - que li no comentário da Cezarina).
ResponderExcluiradoro grão de bico, mas nunca provei com queijo de cabra
eu, mineirim, fã de um queijo, com certeza vou gostar da combinação (da próxima vez que for fazer grão de bico, vou experimentar)
beijos
Sim, Chef! Nenhuma discriminação é aceitável... Precisamos construir as pontes. Então, compartilhamos nossa paixão por queijo... Esperamos que você aprecie a combinação grão de bico - queijo de cabra. Beijos.
ExcluirQuem diria que viria dos EUA uma voz tão pertinente no discurso e no tema.
ResponderExcluirSublinho o comentário do Mar Arável.
A união na diferença, o respeito e a crença num futuro mais digno.
Bjs. :)x9.
Concordamos, Ana. Um posicionamento muito pertinente e em um momento importante no qual observamos uma escalada da xenofobia. Vamos seguir acreditando neste futuro mais digno. E lembrar que a igualdade na diferença é um exrcício diário de respeito e entendimento.
ExcluirMinhas queridas!Quero agradecer pela presença gentil no meu cantinho e pelas carinhosas palavras.Realmente tenho sonhado muito e sorrido bastante...Conforme as cartas já me haviam mostrado alguns meses atrás o grande amor de minha vida retornou...Ele tb é de origem cigana,é músico e tem os olhos maravilhosamente verdes! Estou plenamente feliz!Agradeço à Ikana Sara pelo presente que ela me deu este ano.Um grande beijo enluarado em seus corações!Devlesa!
ResponderExcluirUm beijo, querida.
ExcluirGosta da inclusão. Gosto que os novos membros se integrem e que obedeçam às leis dos países que os acolhe tal como qualquer outro cidadão. Há direitos e há responsabilidades a cumprir.
ResponderExcluirA receita do grão de bico parece-me muito boa. A considerar! : )
Abraço
De fato, Catarina. Há leis a cumprir e deveres a observar. E sempre devemos lembrar que a inclusão é também ser reconhecido e reconhecida na diferença e na contribuição que se pode dar a partir desta diferença. É um duplo movimento: daqueles que incluem e daqueles que são incluídos. Não é fácil, mas é possível. Considere com carinho o grão de bico... Aquece o coração. Forte abraço!
Excluir"A persistência, apesar de todas as dificuldades, pode vencer o preconceito"- assim o esperamos e por isso lutaremos sempre, certo?
ResponderExcluirSó colhe quem semeia. Desistir nunca!
Beijos para todas
Vamos semear, Cláudia! A cada dia, a cada momento.
ExcluirUm beijo muito grande pra você.
Impressiona pensar como um simples gesto de um político importante pode ajudar tanto as coisas para milhares de pessoas! Evidentemente com isso não basta, mas sem isso o caminho é muito mais duro e os resultados mais lentos. Vamos ter esperança de que a plena integração dos ciganos à sociedade já seja imparável e que falte muito pouco para que seja uma realidade em todo o mundo!
ResponderExcluirLembrem-se de provar os cominhos nalguma receita de grão, eu fiquei gratamenta surpreedida...
Beijinhos para todas
É impressionante pensar, Maria, no poder das palavras... Naquelas que são ditas na esfera pública e no momento apropriado, com pertinência, como bem disse Ana. Uma palavra pode mudar o mundo... Não é tudo, você tem toda razão. Mas elas têm o poder de iniciar e fortalecer processos, de promover o reconhecimento, de dar esperança. A discriminação e a exclusão são inaceitáveis e precisamos avançar concretamente em direção a sociedades mais justas e plurais. E sobre os cominhos... Sim, vamos experimentar. Um beijo enorme.
ExcluirNão poderia concordar mais: a informação e a educação são vias muito relevantes de apoio à concretização dos direitos. Que seja esse o seu propósito primordial.
ResponderExcluirBeijinhos para todas e bom fim de semana!
Trabalhemos para isso, Sara, a cada dia, a cada momento. Que seja assim. Beijos.
ExcluirJusto! Muito bem. Era tempo! E Viva o Bill Clinton Cigano!Sim, não é qualquer um que tem esse dom do saxofone, é coisa de sensibilidade. O Woody Allen que também o toca... esse é judeu...
ResponderExcluirGrande beijo
o falcão
O grão é uma comida que adoro! Com cominhos Maria dizes bem.
O grão aquece o coração, Falcão, e nos faz lembrar que com sensibilidade e força podemos acalentar nossos sonhos e sonhá-los muito alto... Um beijo enorme.
ExcluirSão excelentes notícias. E ainda que o caminho esteja longe do fim, importa que se prossiga com passos firmes e sem recuos. Oxalá a adesão se alargue a muitos países mais; mas, sobretudo, oxalá se traduza em ações práticas que contribuam para a mudança das mentalidades.
ResponderExcluirUm forte abraço.
Você tem razão, R. As palavras devem ser seguidas de ações. E elas já estão acontecendo! Vamos trabalhar para que elas cresçam, floresçam e se propaguem. Transformar mentalidades não é fácil. Porém, não podemos deixar de acreditar nesta possibilidade... Reconhecer-se no outro... Este é o ato mais difícil e mais importante. Ninguém persegue e oprime um igual. Um grande abraço para você.
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