A PESSACH DOS RHOM - CATHERYNA E KALINKA
Jesus, como Hebreu, celebrou a festa de Pessach junto com os apóstolos. E assim os povos, tempos depois da primeira celebração de Pessach a chamaram de “A Última Ceia”.
No dia que antecederia o desfecho, ele se sentou ao redor de uma mesa, provavelmente de pedra e cumpriu o que havia aprendido a respeitar desde criança. Neste momento fez-se a maior das lições. Alguns entenderiam mais tarde, outros jamais entenderam e entenderão.
Discutimos hoje, de forma inculta o que provavelmente se discutia naquela época: o desrespeito, a covardia, a pobreza premente e o individualismo prepotente e avaçalador. Esse dia entraria para a história como o dia 14 de Nissan ou Abib – o décimo quarto dia do primeiro mês do calendário judaico. Entre Março e Abril (dia 18 de abril de 2011). O dia do desfecho.
Comeram os doze ou mais, sem saber do que se tratava, assim como hoje, não enxergamos a trajetória do alimento que colocamos em cima de nossas mesas. A realidade da celebração que contém antes de tudo superação, coragem, domínio sobre si mesmo e igualdade perante a raça humana e antes deles e de nós, os Hebreus em sua histórica fuga do Egito o fizeram.
Svetlana - Colunma - Málaga
El Cristo de Los Gitanos
Depois de um tempo, você aprende a respeitar a coragem eminente e a se sentar calmamente a beira do rio como Dinah – filha de Jacó, compreendendo que os anos e os séculos passam, que de tempos em tempos nasce um capaz de reviver sentimentos e levantar bandeiras e que você precisa seguir em frente e achar a sua bandeira,
Aprendemos que muitos são pregados em cruzes de metal nobre e tomam vinho em cálice de ouro e cozem seus pães em fornos de luxo e que em sua insanidade aceita e respaldada por quase todo o mundo dito civilizado; acreditam piamente que a alquimia acontece, triste realidade.
Poucos escolhem o simples por rota, não há glória nem holofotes, há vida, mais como não sabem o que é apenas; perambulam pelos anos.
O Cristo de los Gitanos -
Acreditar passa a ser a mais completa das refeições. E cantamos, porque afinal de contas não há mal que dure para sempre e se faz necessário ter apenas a moeda para o barqueiro, de nada nos valeria os potes de ouro, e voltamos a acreditar que o criador e a criação são um só. Como o trigo e o pão, o vinho e a uva e aprendemos que história e realidade nem sempre andam juntas, mais aonde há fumaça há fogo, como a vida e a morte.
Ludwig knaus
Gipysies in the forest
Aprendemos que juntar forças é igual a um pão dividido por muitos e que muitos como nós sobrevivem assim. Aprendemos que não há espaço para culpa, quando realizamos nossas tarefas e cumprimos com aquilo que nos propomos cumprir. Que escolhemos um caminho e que muitos antes de nós desafiaram as leis e a própria vida, deixando impresso um pedaço da verdade oculta.
Descobrimos que os ovos são mais do que delícias de chocolate, são ômega e alfa, assim como a lua cheia, os anéis e as rodas de um Vurdón, que tudo, absolutamente tudo está dentro círculo fadado da vida, começo, meio e fim e que muitas vezes nos perdemos dentro do nosso umbigo e nos esquecemos de abrir os braços.
Não sabemos quanto ao Cristo que insistem a comercializar, o nosso Kristesko, não fechou os olhos, não manteve as ataduras das mãos, nem deixou de limpar o rosto.
Lonza Antônio - Italy the three Gipsy 1846 - 1918
Segundo a lenda contada em volta da fogueira, ele vive nas águas do mar sagrado, onde o filho do homem não chora e o galo não canta. Onde aquele que tiver carregado seu carvalho, poderá estendê-lo sobre o mar vermelho e fazer a travessia, sendo essa sua moeda de ouro. Que além da margem direita se encontram lírios brancos e flores de todas as cores e espécies, pássaros e animais, pois nenhum da criação jamais pereceu. Que na margem esquerda se encontra a lira, a harpa e um carron, sinos e candeias, rodas e teares, fios e novelos, pois nada mais do que isso se precisa pra viver. Abaixo dos pés de todo aquele que ali chegar, existe uma terra fértil, firme e cheirando a alecrim e mirra, onde os pés repousam e o corpo flutua. A cima existe o azul com seu arco irís, onde os olhos enxergam a verdade das coisas, onde repousa o Grande livro da vida, contendo a trajetória de cada um, dito pelo nome, escrito com fios de ouro e bordado pelo próprio criador. Um livro que não se fecha jamais e que relata quantas vezes você foi capaz de enxergar o sol, as estrelas e a lua sem vê-las, suportar o peso sem se dar conta do tamanho da carga, vigiar sem que lhe fosse imposto e amar, como se todo o universo habitasse dentro de você, ciente e apesar de...
E é nessa hora que você se dá conta de quem você é; de onde veio e enxerga que mesmo passados tantos séculos, a mesa continua posta, o vinho ainda se encontra na taça e o pão estala no forno de barro, todos reunidos, esperando sem saber ao certo quando irá despertar e começar a caminhada, a passagem, a travessia em direção a luz que não se apaga.
E é com esse espírito que desejamos uma
“FELIZ PÁSCOA”,
Com carinho,
das cozinheiras da Cozinha dos Vurdóns.
Deixamos os nossos pães pra vocês...
Agradeço de forma sentida e retribuo os votos de uma Páscoa Feliz. As mensagens de generosidade e de superação são, efectivamente, intemporais. Lembrá-las nunca é excessivo, mas sim premente.
ResponderExcluirUm forte abraço e os votos de uma excelente continuação.
Já tinha lido louvores ao vosso blogue através da Ana, do (In)Cultura. E ela tem razão.
ResponderExcluirPara seguir obrigatoriamente!
Bj
Queridas Cozinheiras,
ResponderExcluirAlém de vir agradecer as palavras que deixaram na minha janela e de desejar uma Boa Páscoa, venho dizer que gostei muito de ler esta postagem. Sente-se o respeito e o amor que têm pelos justos.
5 Bjs de Boa Páscoa!
Já tirei um pãozinho.
ResponderExcluirObrigada.
Boa Páscoa.
Isabel
Querida R.,
ResponderExcluirSe vamos passar por essas terras juntas, como seres humanos, então teremos de nos ajudar sempre. A estrada as vezes é escura e a trajetória sinuosa, opré - adiante.
Chegaremos.
feliz passagem,
5 bjs
Cozinha dos Vurdóns
AC * esteja em casa, tome um café ou um chá, coma um biscoito que conversaremos até o jantar.
ResponderExcluirbjs e obrigada pelo carinho,
Cozinha dos Vurdóns
Ana ** Não agradeça, é sempre um prazer passar por lá e dizer bom dia ou boa noite. Boa Páscoa, o mundo carece de pessoas tão puras e meigas como você.
5 bjs também
Cozinha dos Vurdóns
Querida Isabel, por aqui podes levar a cesta inteira se quiser.
ResponderExcluirbjs e seja sempre bem vinda
Cozinha dos Vurdóns
Esquecemo-nos quase sempre que vale muito mais viver a vida provido de alegrías que sobrado de coisas materiais: mas como só se vive uma vez, quando desejamos mudar de rumo já costuma ser tarde...
ResponderExcluirDesejo-lhes uma FELIZ PÁSCOA,à vossa maneira exemplar!
Beijinhos
Queridas da Cozinha dos vurdóns,
ResponderExcluirOuvia uma lenda parecida com essa contada por vocês, pelo ao menos o tamanho do carvalho para atravessa o rio jordão.
Feliz Pessach - Páscoa para vocês
é sempre bom vir por aqui.
Sonjha Mantras.
Maria e Sonjha,
ResponderExcluirCaras, é muito bom vê-las por aqui sempre. Mesmo a distancia podemos sentir o carinho de vocês. Obrigada pela sempre presença.
Com carinho recíproco,
Cozinha dos Vurdóns
MInhas queridas cinco!
ResponderExcluirGostei muito de ler o que contam. Com tanta verdade e simplicidade!
Não sabia que tinham guardado o termo "pessach" judeu, nem as pequeninas diferenças mais próximas às vezes do Velho do que do Novo testamento.
O Cristo cigano é lindo, como tantos outros Cristos. Belo o que dizem e simples:
"Aprendemos que juntar forças é igual a um pão dividido por muitos e que muitos como nós sobrevivem assim. Aprendemos que não há espaço para culpa, quando realizamos nossas tarefas e cumprimos com aquilo que nos propomos cumprir. Que escolhemos um caminho e que muitos antes de nós desafiaram as leis e a própria vida, deixando impresso um pedaço da verdade oculta."
Uma Boa Pessach, Amigas!
Levo também um pãozinho, obrigada.
Vou escrever um email hoje para vocês.
Beijos 5+5+5+5+5. Mil...
o falcão
Boa Páscoa queridíssimas amigas!
ResponderExcluirObrigada, estimado e confiável amigo.
ResponderExcluirCozinha dos Vurdóns
Cara Falcão, o reino de Ur, Baltazar e Jacó não são são distantes da realidade rhomá. A India foi talvez a grande saída, não o início de tudo e não a primeira. Apenas não nos esquecemos da pessach, a primeira, a origem, o termo que usamos na realidade é outro - qualquer dia conversamos sobre isso.
ResponderExcluirLeve a cesta falcão semeador. Foi muito bom vermos você por aqui, já estávamos com saudade.
com carinho,
as cinco - cozinheiras.
Olá amigas,
ResponderExcluirGostaria de convidar todas vocês (e seus leitores também) para as comemorações do 2º aniversário do Jazz + Bossa + Baratos Outros (www.ericocordeiro.blogspot.com).
Uma ótima Páscoa, com muito chocolate e reflexão!
Abraços!
Convite aceito caro amigo ...
ResponderExcluirfeliz páscoa e parabéns pelo aniversário.
5 bjs
estou muito feliz com estas sabedorias e tambem a humanidade das palavras de amor
ResponderExcluirRhom
Desvalessa caro Rhom,
ResponderExcluirseja sempre bem vindo, a sabedoria desse povo maravilhoso, das purys é muito bela e visa o aprendemos dentro da tsara - somos todos filhos do mesmo pai,
volte sempre
nais tuke
Cozinha dos vurdóns