CONVERSAS NA COZINHA DOS VURDÓNS
A uns dias atrás no blog – sobreorisco.blogspot.com, seu autor Manuel Poppe postava com a indignação clara de um homem que consegue utilizar seus olhos para bem mais que enxergar sopa de letrinhas, falar sobre uma senhora, a qual não queremos saber o nome, que os pobres de Portugal poderiam sobreviver com 5,00 por dia, e a receita era além de paciência com a sua condição, tomar sopa.
Uma outra amiga, a MJ Falcão do blog falcaodejade.blogspot.com, publicou matérias sobre a indignação e um livro relançado recentemente sobre o assunto - "INDIGNAI-VOS".
Como tudo por aqui acontece numa cozinha seja ao ar livre ou não, nos lembramos que a base para se alcançar o valor da dita cuja acima citada de 5,00 euros/dia é feita de acordo com a regra adotada pelo Bird – ou seja US$ 1,25 por dia, pensamos: o que se faz com 2,20 reais por dia?
Brasil
Vivem abaixo da linha da pobreza absoluta (têm renda inferior a US$ 1,25 por dia, de acordo com a regra adotada pelo Bird). Mais ou menos 2,20 reais/por dia.
A proporção de brasileiros em pobreza absoluta divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão ligado ao governo), que é de 28,8%. Segundo a regra adotada pelo Ipea, estão em pobreza absoluta os membros de famílias com rendimento médio por pessoa de até meio salário mínimo mensal. Por aqui isso significa 270,00 reais por mês ou 113,00E ou ainda uns 170,00 U$ aproximadamente. Não se esqueça, isso é por mês.
Pobreza social no Brasil
Do blog - http://www.vivafavela.com.br/materias/pobreza-no-brasil-e-o-que-realmente-%C3%A9-fome assim eles escrevem ... vale a pena ler.
Desse modo, a exclusão social pode implicar privação, falta de recursos ou, de uma forma mais abrangente, ausência de cidadania, se, por esta, se entender a participação plena na sociedade, aos diferentes níveis em que esta se organiza e se exprime: ambiental, cultural, econômico, político e social...
Daí que a exclusão social seja necessariamente multidimensional e se exprima naqueles diferentes níveis (ambiental, cultural, econômico, político e social), não raramente sendo cumulativa, ou seja, compreendendo vários deles ou mesmo todos.
De outra forma, pode-se dizer que a exclusão social se exprime em 6 dimensões principais do quotidiano real dos indivíduos, ao nível (2): do SER, ou seja da personalidade, da dignidade e da auto-estima e do auto-reconhecimento individual; do ESTAR, ou seja das redes de pertença social, desde a família, às redes de vizinhança, aos grupos de convívio e de interação social e à sociedade mais geral; do FAZER, ou seja das tarefas realizadas e socialmente reconhecidas, quer sob a forma de emprego remunerado (uma vez que a forma dominante de reconhecimento social assenta na possibilidade de se auferir um rendimento traduzível em poder de compra e em estatuto de consumidor), quer sob a forma de trabalho voluntário não remunerado; do CRIAR, ou seja da capacidade de empreender, de assumir iniciativas, de definir e concretizar projetos, de inventar e criar ações, quaisquer que elas sejam; do SABER, ou seja do acesso à informação (escolar ou não; formal ou informal), necessária à tomada fundamentada de decisões, e da capacidade crítica face à sociedade e ao ambiente envolvente; do TER, ou seja do rendimento, do poder de compra, do acesso a níveis de consumo médios da sociedade, da capacidade aquisitiva (incluindo a capacidade de estabelecer prioridades de aquisição e consumo).
A exclusão social é, portanto, segundo esta leitura, uma situação de não realização de algumas ou de todas estas dimensões.
É o “não ser”, o “não estar”, o “não fazer”, o “não criar”, o “não saber” e/ou o “não ter”.
Esta formulação permite ainda estabelecer a relação entre a exclusão social, entendida desta forma abrangente, e a pobreza, que é basicamente a privação de recursos (exprimindo-se nomeadamente ao nível da exclusão social do fazer, do criar, do saber e/ou do ter), ou seja uma das dimensões daquela.
Esta formulação permite ainda estabelecer a relação entre a exclusão social, entendida desta forma abrangente, e a pobreza, que é basicamente a privação de recursos (exprimindo-se nomeadamente ao nível da exclusão social do fazer, do criar, do saber e/ou do ter), ou seja uma das dimensões daquela.
Transcrito na íntegra.
Ainda na nossa cozinha ... Agora a terra se desequilibrou. Quem nós pensamos que somos com tudo isso? Aonde chegaremos nós com nossas ações e desmandos se quem manda é a natureza e não nós? Não pensamos em castigo caindo dos céus ou das profundezas do mar, há quem pense. Estamos falando dessa casa que com certeza recebemos emprestada e que temos tratado tão mal. Alguns matam na Líbia pelo petróleo, outros se calam pelo mesmo ouro negro, saques a luz do dia, saqueiam nossas vidas. Sempre foi assim. Quem manda será? Nós ou a Natureza, que por um deslocamento próprio da sua existência, nos causas tantas perdas reais, tantas lições vivas e nos deixa a certeza do nosso tamanho diante dela.
A costa do Japão pode ter se movido cerca de quatro metros para leste após o terremoto de magnitude 8,9 que atingiu o país na última sexta-feira, afirmaram especialistas.
O terremoto provavelmente mudou também o equilíbrio do planeta, movendo a Terra em relação a seu eixo em cerca de 16,5 cm. O tremor também aumentou a velocidade da rotação da Terra, diminuindo a duração dos dias em cerca de 1,8 milionésimos de segundo.
Agora sim, vamos pensar numa receita básica, achamos que a única possível é essa, começando por nós:
"Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos... Mas o que é importante não muda... a tua força e convicção não têm idade. O teu espírito é como qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida. Atrás de cada conquista, vem um novo desafio. Enquanto estiver viva, sinta-se viva. Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo. Não viva de fotografias amareladas... Continue, quando todos esperam que desista. Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que, em vez de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca se detenha". Madre Tereza de Calcutá.
Se juntarmos todos os dias 2,20 R$ ou 1,20 U$ ou ainda 5,00E por dia, no final do mês, poderemos quem sabe criar um curso para os governantes de muitos países. O assunto: como viver com esse valor e sem nada e quem sabe poderemos servir até uma sopa de pedra ou de letrinhas ... pensemos num cardápio.
Se você pode fazer alguma coisa por alguém, faça. "Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos."
Como disse MJ Falcão: Já somos um número para começar...
Cozinha dos Vurdóns
Que bela conversa na cozinha, minhas amigas!
ResponderExcluirEssa dos 2,20 reais, 5 euros e da sopinha etc é de morrer ...de vergonha para quem o disse, claro!
Mais valia estar calada...
Quem falava -e bem- era a madre Teresa de Calcutá, essa mulher fantástica dura e doce, que começava todos os dias o seu pequeno grande gesto!
E sorria, e tocava na mão dos doentes e acariciava uma fronte suada.
Como dizia alguém um pouco esquecido ( Mao Tse Tung): "a grande marcha começa com o primeiro passo!"
Cinco beijos
Minha cara, as vezes nos entristece por demais tais conversas, mas foi a vida que escolhemos.
ResponderExcluirE ainda bem que o Mao Tsé Tung anda esquecido, afinal ele contribuiu e muito para a fome e o terrorismo na China.
5 bjs
Queridas amigas, mulheres maravilhosas: muito obrigado por tudo e pela vossa força! Sei que nunca vão desistir e isso dá-me força! Desculpem o meu atraso e creiam na minha muita amizade incondicional!
ResponderExcluirCozinha dos Vurdóns,
ResponderExcluirEncontrei amor, tristeza e a sabedoria dos que sabem dar.
Obrigada por esta ementa!
5 Bjs
Ana
Querida Ana, obrigada.
ResponderExcluirAs mulheres da cozinha agradecem ...
encontramos você.
5 bjs
Oi Manuel,
ResponderExcluirObrigada nosso caro amigo.
Quanto a nossa força, lhe oferecemos sorrisos, abraços, lágrimas e tenha certeza, 5 corações que gostam muito de você...
5 bjs